quinta-feira, 8 de novembro de 2007

A busca do verdadeiro EU - Parte II


De amor e solidão


Uma pequena observação: este texto escrevo na primeira pessoa. É como uma carta escrita para alguém. É novamente apenas uma forma direta de refletir sobre questões humanas que nos afligem a todos. É como um pequeno conto literário, mas com fundo de psicologia profunda e espiritualidade abrangente. Minha intenção é sempre nos levar a conhecer o espírito e entender a eternidade, e ainda, fazer saber que sempre é possível mudar nossos destinos e tomar posse de nossas vidas e de nosso ser.


Admiro seus propósitos. Acredito e suas boas intenções. Você realmente mudou para melhor. Está mais madura. No entanto eu mudei também. E, não tenho intenção de continuar com nossa história. Foi muito bom te ver, depois de tanto tempo. Revi velhos conceitos e lembrei-me de coisas que tinha esquecido. E quase voltei sentir-me culpado novamente, com a veemência de suas acusações e insistência em jogar responsabilidades sobre mim, responsabilidades que não são minhas evidentemente. Mas, você não assume suas escolhas.

Eu quero pensar, descobrir um novo modo de vida, conhecer a essência do ser humano, a razão do espírito, o significado de ser eterno, descobrir as diferentes dimensões. E você está no mundo e não quer mais nada a não ser viver as coisas deste mundo. Tudo bem. Não há problema nisto, mas não venha me dizer que você quer viver como eu, por que não é verdade! Não diga que quer ir aonde vou, por que você sempre vai onde não estou, por que o que você quer sempre está longe de mim. Por que pensar muito e viver atento e analisando é cansativo para você. Então não diga que me escolheu, por que você não sabe que escolhas faz. Dá beijos e tiros com a mesma intensidade.

Diz que me quer como sou e tentas a todo custo transformar-me nos homens com que convive. Dizes que admiras minhas idéias e a forma como penso, no entanto não consegue refletir comigo alguns minutos sem cansar-se. É enfadonho na reflexão encontrar seu fútil modo de vida e ter de admitir que na verdade não sabes viver de outro jeito. Ao enxergar seus erros procura meios de acusar-me desesperadamente como seu eu fosse o seu sensor, não admite seus erros, sequer admite que se culpa por agir sem refletir, e que na verdade tem um grande sentimento de inferioridade e por isso faz de tudo para chamar a atenção de todos constantemente, e isso, creio, deve realmente ser muito cansativo. Viver para agradar aos outros é um modo deprimente de viver. Enganar alguém para levá-lo a viver à sua maneira, por um capricho, para satisfazer suas necessidades de satisfazer a opinião alheia, é de uma crueldade demoníaca. O que na verdade demonstra uma frieza, uma falta de sentimentos nobres. Claro, mais uma vez fica claro sua reduzida auto-estima. Você não se ama, por isso lança-se a essas aventuras inconseqüentes. Diz amar, quando simplesmente não se responsabiliza em cultivar o amor. Este orgulho exacerbado também é fruto de sua pequena auto-estima. Note a avaliação que você faz de você mesmo. Qual o valor que você dá a você . Longe dos olhos dos outros, longe da opinião dos outros, o que você pensa mesmo de você?

Não estou querendo feri-la, machucá-la ou ofende-la. Apenas levar um pouco de reflexão. Sua vida pode mudar. Pode ser melhor. Sua eterna briga com seu corpo e seu peso, suas longas horas em frente ao espelho, sua constante espera pelo elogio alheio, seu esforço por ser a mais bonita e atraente da festa... por que esse esforço todo? Valorizou demasiadamente o seu corpo, e fez sua vida usando-o. Esqueceu de que estava apostando em algo que definha, não cultivou valores nobres para o espírito, agora está desesperada e no desespero tenta reforçar ainda mais seus velhos conceitos do que é viver, por que na verdade não consegue pensar em mais nada que tenha valor. O que tens a oferecer além de um corpo que já não é mais o mesmo? A competição é grande, novas mulheres novas entram no circuito, e você não encontrou um alguém que acredite em você, que a ame pelo que é no coração, mas o que há no seu coração para amar? Que há no seu espírito para encontrar outro espírito que se afine aos seus gostos e a sua personalidade? Na verdade tem mesmo encontrado homens parecidos com você, procurando aventuras passageiras e sem compromisso, com o coração vazio, com a alma pequena, sem interesse social ou espiritual, com uma filosofia vulgar e irresponsável, procurando momentâneas distrações para o terrível vazio e escuridão existentes em suas almas. Já não confiam em ninguém, e assim qual você, acreditam que é tolice ser fiel e amar com confiança.

Agora é tarde para dizer que sempre pensou em mim. É tarde para dizer que sempre me amou. É tarde por que você instalou a maldade em sua alma. Crê que todos mentem e enganam, e mente e engana antes que façam isso com você. Ainda tem essa idéia de que ser feliz é ir a festas sem contas, fantasiada das mais diversas personagens que induzam ao sexo fácil de alguma maneira. Quer se divertir e curtir a vida. Nunca se preocupando em preencher-se de valores que fortaleçam sua alma, que robusteçam seu coração. O tempo está passando, e o vazio em você fica mais evidente. Que vai fazer? continuar procurando diversão? Distraindo-se? A felicidade deve estar na próxima festa, na próxima noite, no próximo homem...

Sei que a amei, e sei também que a amei sozinho, dia após dia esperando que você escolhesse o caminho do espírito. Pensas que sou cego? Esperava que um dia parasses de brincar comigo. Que meus sentimentos verdadeiros e puros, quase inocentes a fizessem parar com suas aventuras secretas longe (e perto) de mim. Mas nunca viu que no final somente o amor importaria. Que o que chamavas de viver a vida seria a sua enfadonha solidão e tediosa espera por alguém que ainda a queira. Você fez a sua vida. Plantou o seu destino. Construiu o seu presente e seu futuro. Não é o que você queria porque nunca pensou no estava fazendo.

Mas claro, você ainda pode mudar de vida. Será difícil e dependera unicamente da sua força de vontade e idéia de para que tipo de vida você pretende mudar. Comece analisando o que é auto-estima e por que você perdeu a sua.



Nenhum comentário: