quinta-feira, 8 de novembro de 2007

A busca do verdadeiro EU - Parte I



No final das contas


Uma pequena observação: Muitos textos iniciam-se inspirados em fatos observados em pessoas reais, mas não seguem as reflexões baseadas nestas pessoas, é como uma inspiração, para uma nova questão que aflige os seres humanos em geral.
***

“Você se achou?” Perguntou-me ela.
Estranhei a pergunta. Nunca me achei perdido, embora com consciência de que não sei onde estou. O planeta, a galáxia, o universo, tudo é tão extenso, então não sei exatamente onde me encontro. Mas procuro saber quem sou. Porque ela me faria tal pergunta? Como entendeu que me procurava?
“Sim, me achei” respondi. Suas faces coraram. Parecia querer dizer mais alguma coisa, mas não sabia o que. Ela procura alguma coisa de si. Conhecer os seus mistérios, mas quem pode explicá-los? Tem andado por ai atrás de pessoas que dizem ver as sombras e relatar futuros. Mas não tem encontrado. Cada ser místico que encontra fala algo diferente sobre ela. Então os mistérios continuam os mesmos e nada nunca fica explicado, e quando algo pré-dito acontece os mistérios aumentam ainda mais.
A vida tornou-se um tédio. Na juventude era bela e desejada, e sempre tinha para onde ir, apaixonou-se, casou e teve filhos. Agora não há mais nada que a encante, precisa saber se há algo maravilhoso para acontecer em sua vida, algo que lhe dê esperanças para continuar suportando o vazio em que se encontra. Deus não a assusta, o demônio é uma lenda de mau gosto, se ainda trabalha é mais para ter o que fazer. Pergunta-se o que será dela então. “É isto? Nascer, ter filhos, ficar velha e morrer?” ficar velha é a pior parte. “Uma injustiça da vida” pensa. Enquanto isso pressente coisas e prevê futuros sombrios para as pessoas. Dorme e tem pesadelos, sonha consigo sendo perseguida por coisas velhas e podres. Coisas gosmentas e rastejantes. Não pensa em morrer, quer viver com alguma satisfação, quer de novo sentir o fogo furioso da paixão, querer fazer coisas com aquela alegria, com aquela vontade, com aquela excitação que sentia na juventude. A vida lhe parece normal demais. Todas as diversões tornaram-se monótonas, todos os problemas já são conhecidos. Sente-se presa na vida que construíra para si. Tem uma vida satisfatória, um emprego seguro, mas sente que algo lhe falta, e este algo a incomoda profundamente.
Seu corpo é forte, belo e saudável, não sabe que seu espírito foi pouco desenvolvido. É no espírito a fonte da insatisfação, muita importância foi dada a vida material e nenhuma, ou muito pouca, à vida espiritual. Agora a falta destes recursos provocam um vazio por dentro e uma sensação de que algo ruim está para acontecer. Esta sensação tem procedimento, razão de ser. O espírito está despreparado para a vida espiritual, sem bagagem para a viagem para a verdadeira pátria dos seres em desenvolvimento. Há sim, mistérios em nossa volta. Há sim futuros e passados que podem ser conhecidos, nossas mentes podem sentir coisas que não sabemos como, ler pensamentos, saber o que outras pessoas estão fazendo em outros lugares. Temos uma força e um poder que desconhecemos e sobre os quais não temos nenhum controle. Mas não devemos ir além da pesquisa. Não existem fórmulas mágicas, bolas de cristais, cartas, palmas das mãos, números, tudo artifício inútil, utilizados por aqueles que se sentem desprezados pelos níveis superiores de consciência, e que acreditam que há sinais secretos nas coisas que podem ser desvendados utilizando fórmulas mágicas ou utensílios encantados. O futuro pode ser conhecido fazendo-se um bom estudo, não pode ser adivinhado assim como se aparecesse do nada. Não existe essa mágica, as coisas não aprecem assim derrepente na frente do vidente. Aliás, podemos até classificar uma pessoa de vidente, no sentido de que ela tenha uma percepção aguçada e capacidade de ver formas espirituais e as vezes possa entrever alguns segundos do futuro, mas a capacidade de um vidente acaba ai. O seu futuro somente pode ser mudado por você. Estudando o seu passado e conhecendo a si mesmo. Suas reais intenções, seus verdadeiros sentimentos. Acusar a vida por sua tristeza desconhecida é ainda jornadear pela infância espiritual, onde o ser não assume sua responsabilidade por seus atos e pensamentos. Entretanto mudar é possível, sentir o verdadeiro sabor de estar vivo depende de começar a observar o movimento da vida, observar a si. Entender a sua própria eternidade, e começar a construir a felicidade duradoura que ansiamos.
Você é um ser eterno. Comece por entender sua espiritualidade. Por que você construiu essa vida para si? Que razões dentro de você te levou colocar essas pessoas e coisas ao seu redor? Tudo está ai por que você os pôs ai, não estão a sua volta por conta própria. Procure por si. Você é o que era, mais o que se tornou enquanto construía o que agora é sua vida. É necessária uma detida reflexão. É pertinente meditar com alguma freqüência. Ou você se perde de você mesmo, e então você começa a duvidar de tudo o que é e a acusar a vida de ser injusta, de não ter sentido. Você faz suas escolhas por você mesmo ou ainda depende da opinião alheia? Sua vida bem pode ser o resultado de um amontoado de opiniões. Olhe bem ao seu redor, o que realmente está ali por que você quis? O que na sua vida realmente é seu?

Continua...

Um comentário:

Anônimo disse...

É isso aí, cada vez mais admirável a destreza com que descreves as paisagens do espírito, estais assim como que aquele pedreiro que firmou a mão, e agora já sabe mais como o cimento será mais aproveitado em cada fileira, é isto, aproveitaremos cada minuto de sabedoria que pudermos recolher em nosso olhar, na atividade humana, no deitar das paixões, entrevistas com o pulsar de emoções sutis...Sucesso friend!!!