sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Os não classificados

Artigo

Existem classificação para todos os tipos de seres humanos, menos para um. Que por isso mesmo são: “Os Não Classificados”.

Esses, são tão fora do sistema que não aparecem, são dissimulados por natureza, razão pela qual não podem ser identificados. Mas nada resiste a uma observação atenta, e mesmo com toda a hipocrisia podem ser identificados por algumas atitudes e crenças comuns a esses seres. Em primeira estância podemos identificá-los pelas mãos limpas. Se algo aconteceu não foi eles, pode ser algo bom ou ruim, mas não foi eles. Na mesma estância ainda, se precisar de alguém para assumir uma responsabilidade ou compromisso realmente sério e importante envolvendo outras vidas eles não podem, não é com eles. Não assumem responsabilidades com ninguém sobre o destino de coisa alguma. Vivem apenas para si, não conseguem dividir suas vidas. Outro ponto facilmente observável é que nunca tem para emprestar e nunca sobra para dar um pouco. Opinião também não tem a respeito de nenhum assunto ou fato, e concordam com todas as disposições em contrário, não são contra ou favor “mas pode ser”. Parecem santos, não tem nenhuma culpa, se erraram em algum ponto a culpa é de alguém, erraram porque foram induzidos ao erro. Caso se lhes apontem uma falha, eles tem todos os seus erros na ponta da língua, na ponta dos dedos, esqueça os erros deles e eles esquecem os seus imediatamente. Não permitem nada, tudo ao seu redor acontece a revelia de suas vontades ou forças. Não discutem nenhum assunto e não tem idéia alguma sobre o futuro da humanidade. Esperam que você fale algo e então repetem o que você disse algum tempo depois, como se eles mesmos tivessem aquela opinião. Todo mal foi um engano, a intenção era das melhores. E, sempre, eles gostariam muito mesmo de ajudar, de colaborar de alguma maneira, mas não vai dar para ser agora, outro dia talvez eles possam ajudar. Claro que por eles fariam tudo o que pudessem, mas sempre tem alguém ou alguma coisa externa que os impedem de favorecê-lo no momento. Tudo neles que pode favorecer outra pessoa fica invariavelmente para outro dia.

Estes seres estão por ai aos milhões, escamoteados no meio da multidão. Muito quietos, seguem as leis, não desrespeitam as regras, andam na moda vigente sem muita maquiagem, tudo para não serem notados, não serem percebidos, não serem apontados, não serem chamados ou convocados. Podem ser abastados ou miseráveis, graduados ou semi-analfabetos, eles estão por ai, e se você encontrou algum deles provavelmente nem lembra, por que ele não marcou nenhum compromisso com você, nem lhe disse algo que o contrariasse ou que acrescentasse algo ao que você sabe e é. Acredito mesmo que se eles desaparecem todos ao mesmo tempo da face da terra nós sequer perceberíamos e não fariam falta nenhuma.

(comentários para e-mail: antenor_emerich@yahoo.com.br com o título classificados)

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Efeito e Afeição

A carência afetiva é um grande empecilho no desenvolvimento emocional, impede a maturação, mantendo o indivíduo em dependência da atenção alheia, atenção que nunca é suficiente; o transtorno afetivo causa um vazio emocional que nunca é preenchido e leva a desvios na esfera sexual, a vícios, fanatismo religiosos e políticos, exageros de qualquer ordem, compulsão, depressão.
O ente descentrado de sua afeição torna-se destrutivo. Essa tendência inicia com a negociação pela atenção dos mais próximos. O comportamento involui para chantagem (que pode ser emocional ou de ordem material), no sentido de comprar a atenção ou privar os mais próximos de seus dotes ou mesmo de sua presença. A atenção do carente transforma-se em objeto de negociação e o carente utiliza tudo de que dispõe e a que atribui valor para sentir-se querido e amado.
O carente transforma o outro em objeto de consumo numa aventura desesperada por encontros sexuais, tentativa de preencher o vazio de não amar a si mesmo. Não sente-se amado, mas desejado por alguns momentos. Este comportamento aumenta ainda mais o vazio interno. A busca desesperada pelo outro é a fuga de si mesmo. O ente passa a crer que o outro vai fazê-lo sentir-se bem. Algo que não consegue por si mesmo. Esta crença o leva a tentar agradar a todos a sua volta, fica ainda pior na medida que o ente não vive mais para si, mas para os outros. As conseqüências são desastrosas, uma vez que este ser insatisfeito consigo gera uma teia que enreda destinos alheios atraindo efeitos que desconhece.

(http://novomodevida.zip.net/)

A busca do verdadeiro EU - Parte I



No final das contas


Uma pequena observação: Muitos textos iniciam-se inspirados em fatos observados em pessoas reais, mas não seguem as reflexões baseadas nestas pessoas, é como uma inspiração, para uma nova questão que aflige os seres humanos em geral.
***

“Você se achou?” Perguntou-me ela.
Estranhei a pergunta. Nunca me achei perdido, embora com consciência de que não sei onde estou. O planeta, a galáxia, o universo, tudo é tão extenso, então não sei exatamente onde me encontro. Mas procuro saber quem sou. Porque ela me faria tal pergunta? Como entendeu que me procurava?
“Sim, me achei” respondi. Suas faces coraram. Parecia querer dizer mais alguma coisa, mas não sabia o que. Ela procura alguma coisa de si. Conhecer os seus mistérios, mas quem pode explicá-los? Tem andado por ai atrás de pessoas que dizem ver as sombras e relatar futuros. Mas não tem encontrado. Cada ser místico que encontra fala algo diferente sobre ela. Então os mistérios continuam os mesmos e nada nunca fica explicado, e quando algo pré-dito acontece os mistérios aumentam ainda mais.
A vida tornou-se um tédio. Na juventude era bela e desejada, e sempre tinha para onde ir, apaixonou-se, casou e teve filhos. Agora não há mais nada que a encante, precisa saber se há algo maravilhoso para acontecer em sua vida, algo que lhe dê esperanças para continuar suportando o vazio em que se encontra. Deus não a assusta, o demônio é uma lenda de mau gosto, se ainda trabalha é mais para ter o que fazer. Pergunta-se o que será dela então. “É isto? Nascer, ter filhos, ficar velha e morrer?” ficar velha é a pior parte. “Uma injustiça da vida” pensa. Enquanto isso pressente coisas e prevê futuros sombrios para as pessoas. Dorme e tem pesadelos, sonha consigo sendo perseguida por coisas velhas e podres. Coisas gosmentas e rastejantes. Não pensa em morrer, quer viver com alguma satisfação, quer de novo sentir o fogo furioso da paixão, querer fazer coisas com aquela alegria, com aquela vontade, com aquela excitação que sentia na juventude. A vida lhe parece normal demais. Todas as diversões tornaram-se monótonas, todos os problemas já são conhecidos. Sente-se presa na vida que construíra para si. Tem uma vida satisfatória, um emprego seguro, mas sente que algo lhe falta, e este algo a incomoda profundamente.
Seu corpo é forte, belo e saudável, não sabe que seu espírito foi pouco desenvolvido. É no espírito a fonte da insatisfação, muita importância foi dada a vida material e nenhuma, ou muito pouca, à vida espiritual. Agora a falta destes recursos provocam um vazio por dentro e uma sensação de que algo ruim está para acontecer. Esta sensação tem procedimento, razão de ser. O espírito está despreparado para a vida espiritual, sem bagagem para a viagem para a verdadeira pátria dos seres em desenvolvimento. Há sim, mistérios em nossa volta. Há sim futuros e passados que podem ser conhecidos, nossas mentes podem sentir coisas que não sabemos como, ler pensamentos, saber o que outras pessoas estão fazendo em outros lugares. Temos uma força e um poder que desconhecemos e sobre os quais não temos nenhum controle. Mas não devemos ir além da pesquisa. Não existem fórmulas mágicas, bolas de cristais, cartas, palmas das mãos, números, tudo artifício inútil, utilizados por aqueles que se sentem desprezados pelos níveis superiores de consciência, e que acreditam que há sinais secretos nas coisas que podem ser desvendados utilizando fórmulas mágicas ou utensílios encantados. O futuro pode ser conhecido fazendo-se um bom estudo, não pode ser adivinhado assim como se aparecesse do nada. Não existe essa mágica, as coisas não aprecem assim derrepente na frente do vidente. Aliás, podemos até classificar uma pessoa de vidente, no sentido de que ela tenha uma percepção aguçada e capacidade de ver formas espirituais e as vezes possa entrever alguns segundos do futuro, mas a capacidade de um vidente acaba ai. O seu futuro somente pode ser mudado por você. Estudando o seu passado e conhecendo a si mesmo. Suas reais intenções, seus verdadeiros sentimentos. Acusar a vida por sua tristeza desconhecida é ainda jornadear pela infância espiritual, onde o ser não assume sua responsabilidade por seus atos e pensamentos. Entretanto mudar é possível, sentir o verdadeiro sabor de estar vivo depende de começar a observar o movimento da vida, observar a si. Entender a sua própria eternidade, e começar a construir a felicidade duradoura que ansiamos.
Você é um ser eterno. Comece por entender sua espiritualidade. Por que você construiu essa vida para si? Que razões dentro de você te levou colocar essas pessoas e coisas ao seu redor? Tudo está ai por que você os pôs ai, não estão a sua volta por conta própria. Procure por si. Você é o que era, mais o que se tornou enquanto construía o que agora é sua vida. É necessária uma detida reflexão. É pertinente meditar com alguma freqüência. Ou você se perde de você mesmo, e então você começa a duvidar de tudo o que é e a acusar a vida de ser injusta, de não ter sentido. Você faz suas escolhas por você mesmo ou ainda depende da opinião alheia? Sua vida bem pode ser o resultado de um amontoado de opiniões. Olhe bem ao seu redor, o que realmente está ali por que você quis? O que na sua vida realmente é seu?

Continua...

A busca do verdadeiro EU - Parte II


De amor e solidão


Uma pequena observação: este texto escrevo na primeira pessoa. É como uma carta escrita para alguém. É novamente apenas uma forma direta de refletir sobre questões humanas que nos afligem a todos. É como um pequeno conto literário, mas com fundo de psicologia profunda e espiritualidade abrangente. Minha intenção é sempre nos levar a conhecer o espírito e entender a eternidade, e ainda, fazer saber que sempre é possível mudar nossos destinos e tomar posse de nossas vidas e de nosso ser.


Admiro seus propósitos. Acredito e suas boas intenções. Você realmente mudou para melhor. Está mais madura. No entanto eu mudei também. E, não tenho intenção de continuar com nossa história. Foi muito bom te ver, depois de tanto tempo. Revi velhos conceitos e lembrei-me de coisas que tinha esquecido. E quase voltei sentir-me culpado novamente, com a veemência de suas acusações e insistência em jogar responsabilidades sobre mim, responsabilidades que não são minhas evidentemente. Mas, você não assume suas escolhas.

Eu quero pensar, descobrir um novo modo de vida, conhecer a essência do ser humano, a razão do espírito, o significado de ser eterno, descobrir as diferentes dimensões. E você está no mundo e não quer mais nada a não ser viver as coisas deste mundo. Tudo bem. Não há problema nisto, mas não venha me dizer que você quer viver como eu, por que não é verdade! Não diga que quer ir aonde vou, por que você sempre vai onde não estou, por que o que você quer sempre está longe de mim. Por que pensar muito e viver atento e analisando é cansativo para você. Então não diga que me escolheu, por que você não sabe que escolhas faz. Dá beijos e tiros com a mesma intensidade.

Diz que me quer como sou e tentas a todo custo transformar-me nos homens com que convive. Dizes que admiras minhas idéias e a forma como penso, no entanto não consegue refletir comigo alguns minutos sem cansar-se. É enfadonho na reflexão encontrar seu fútil modo de vida e ter de admitir que na verdade não sabes viver de outro jeito. Ao enxergar seus erros procura meios de acusar-me desesperadamente como seu eu fosse o seu sensor, não admite seus erros, sequer admite que se culpa por agir sem refletir, e que na verdade tem um grande sentimento de inferioridade e por isso faz de tudo para chamar a atenção de todos constantemente, e isso, creio, deve realmente ser muito cansativo. Viver para agradar aos outros é um modo deprimente de viver. Enganar alguém para levá-lo a viver à sua maneira, por um capricho, para satisfazer suas necessidades de satisfazer a opinião alheia, é de uma crueldade demoníaca. O que na verdade demonstra uma frieza, uma falta de sentimentos nobres. Claro, mais uma vez fica claro sua reduzida auto-estima. Você não se ama, por isso lança-se a essas aventuras inconseqüentes. Diz amar, quando simplesmente não se responsabiliza em cultivar o amor. Este orgulho exacerbado também é fruto de sua pequena auto-estima. Note a avaliação que você faz de você mesmo. Qual o valor que você dá a você . Longe dos olhos dos outros, longe da opinião dos outros, o que você pensa mesmo de você?

Não estou querendo feri-la, machucá-la ou ofende-la. Apenas levar um pouco de reflexão. Sua vida pode mudar. Pode ser melhor. Sua eterna briga com seu corpo e seu peso, suas longas horas em frente ao espelho, sua constante espera pelo elogio alheio, seu esforço por ser a mais bonita e atraente da festa... por que esse esforço todo? Valorizou demasiadamente o seu corpo, e fez sua vida usando-o. Esqueceu de que estava apostando em algo que definha, não cultivou valores nobres para o espírito, agora está desesperada e no desespero tenta reforçar ainda mais seus velhos conceitos do que é viver, por que na verdade não consegue pensar em mais nada que tenha valor. O que tens a oferecer além de um corpo que já não é mais o mesmo? A competição é grande, novas mulheres novas entram no circuito, e você não encontrou um alguém que acredite em você, que a ame pelo que é no coração, mas o que há no seu coração para amar? Que há no seu espírito para encontrar outro espírito que se afine aos seus gostos e a sua personalidade? Na verdade tem mesmo encontrado homens parecidos com você, procurando aventuras passageiras e sem compromisso, com o coração vazio, com a alma pequena, sem interesse social ou espiritual, com uma filosofia vulgar e irresponsável, procurando momentâneas distrações para o terrível vazio e escuridão existentes em suas almas. Já não confiam em ninguém, e assim qual você, acreditam que é tolice ser fiel e amar com confiança.

Agora é tarde para dizer que sempre pensou em mim. É tarde para dizer que sempre me amou. É tarde por que você instalou a maldade em sua alma. Crê que todos mentem e enganam, e mente e engana antes que façam isso com você. Ainda tem essa idéia de que ser feliz é ir a festas sem contas, fantasiada das mais diversas personagens que induzam ao sexo fácil de alguma maneira. Quer se divertir e curtir a vida. Nunca se preocupando em preencher-se de valores que fortaleçam sua alma, que robusteçam seu coração. O tempo está passando, e o vazio em você fica mais evidente. Que vai fazer? continuar procurando diversão? Distraindo-se? A felicidade deve estar na próxima festa, na próxima noite, no próximo homem...

Sei que a amei, e sei também que a amei sozinho, dia após dia esperando que você escolhesse o caminho do espírito. Pensas que sou cego? Esperava que um dia parasses de brincar comigo. Que meus sentimentos verdadeiros e puros, quase inocentes a fizessem parar com suas aventuras secretas longe (e perto) de mim. Mas nunca viu que no final somente o amor importaria. Que o que chamavas de viver a vida seria a sua enfadonha solidão e tediosa espera por alguém que ainda a queira. Você fez a sua vida. Plantou o seu destino. Construiu o seu presente e seu futuro. Não é o que você queria porque nunca pensou no estava fazendo.

Mas claro, você ainda pode mudar de vida. Será difícil e dependera unicamente da sua força de vontade e idéia de para que tipo de vida você pretende mudar. Comece analisando o que é auto-estima e por que você perdeu a sua.