domingo, 12 de setembro de 2010

Carrear da terra, Barros!


Arte: Tadeu Lima







A maior riqueza do homem é sua incompletude. Nesse ponto sou abastado. Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito. Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva etc. etc. Perdoai. Mas eu preciso ser Outros.
Manoel de Barros

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A cultura da Palmada

Crônicas sobre o tempo

Dar palmada, ou não dar palmada.
Não dar palmada, é claro; e, me recuso a usar esse substantivo no plural.

Em primeiro lugar, agressão não é solução. E, quando um humano parte para a agressão, entra em cena o sub humano, por sua condição irracional. A agressão atesta a total falta de argumentação. Isto é lamentável, por que poderia, ainda, ter, como último argumento, tendo esgotados todos os demais, que, agredir também não resolve.

Para justificar que esta é uma crônica sobre o tempo, ressalto que nossa história gerou nossa educação e cultura, temos na violência e na guerra nosso meio de viver. Seja para atacar, ou para defender. Os antigos tempos difíceis, em que a humanidade era atacada por insetos, fome, frio, fome, seca, fome, feras e fome justificava a selvageria e a barbárie; atacar e matar eram apenas um meio de sobrevivência.

Não foi o código de Hamurabi que atestou o olho por olho, foi o consenso do dente por dente que legalizou o ato.

O orgulho foi se construindo com a história, e contribuiu para piorar em tudo, mas também diminuiu a violência, uma vez que atacar de fato já é uma derrota.

Considera-se que o verdadeiro guerreiro não precisa mais mostrar sua força. O respeito do Homem era adquirido pela força bruta. Se é que há outro tipo de força para a violência.

Vivemos a cultura da guerra. Gostamos de lutar pela vida, de passar trabalho, de adquirir com esforço. A educação atual ainda prima por educar para a rigidez emocional, para não ser maleável. São educados a não dividir o lanche e a “não ser bobo e não deixar os outros pegarem tudo”.

Cada um tem medo de sua própria miséria e pouca ou nenhuma consideração pela miséria alheia, não importa quão próxima esteja.

Em segundo lugar, quem bate ensina a bater, quem grita ensina a gritar e quem respeita ensina a respeitar.

Não são as leis que educam. São as ações. Para materialistas ou espiritualistas, pragmáticos ou místicos, o comportamento do ser é produto do meio. Exigir educação do próximo aos berros ou a tapa, é um contra censo irracional.

A questão é a educação. Preocupa-me que, mal educados educam mal, onde essa roda vai quebrar? Quem vai começar a viver uma nova sociedade? Quem vai servir de exemplo?

E, por favor, ser racional é saber o que fazer sem violência e sem destruir. Não há necessidade de perguntar qual é a lei.

A lei é o respeito.

domingo, 18 de julho de 2010

O Espírito do Brasil

(crônica / humor)




Descansava o Senhor! flutuando sobre ventos Elíseos. Quando sua linha telepática mental Foi acionada. Era o Espírito do Brasil.

Espírito do Brasil - Alô
Senhor! - Alo
Espírito do Brasil. Sou eu senhor,
Senhor! - Opa, e antão?
Espírito do Brasil - Ta massa senhor:
Senhor! - Ta massa?
Espírito do Brasil -É senhor, ta legal.
Senhor! - Ô Ô Ô Ô Ô!. Que ta acontecendo ai?... ... ... que barulho é esse?
Espírito do Brasil - É o povo senhor?
Senhor! - Povo?
Espírito do Brasil - É senhor, o povo...
Senhor! – Nossa! Quanto barulho?
Espírito do Brasil - É Senhor , o povo adora...
Senhor! - Adora o que?
Espírito do Brasil - Barulho senhor, o povo adora, barulho.
Senhor! - Olha só , que coisa, deixa eu ouvir ... ... ... é um barulhão mesmo. É sempre assim?
Espírito do Brasil - Sim senhor, direto.
Senhor! - E a pobreza?
Espírito do Brasil – ah! Estão todos trabalhando pelo melhor aqui, Senhor!.
Senhor! - Então , não tem mais pobreza?
Espírito do Brasil – É, né, senhor. Têm um ou outro probleminha aqui e ali, mas, no geral, o povo gosta.
Senhor! – Mas, assim o povo se diverte?
Espírito do Brasil - Muito senhor, eles adoram.
Senhor! - E o que vamos fazer?
Espírito do Brasil - Pois agora senhor, o que o senhor me diz?
Senhor! - ... ... ...
Espírito do Brasil – Eu posso fazer melhor, né Senhor.
Senhor! – Não. Ainda não.
E o senhor! desliga
Espírito do Brasil – Ah! Ainda vou nascer no Brasil....

sexta-feira, 16 de julho de 2010

APENAS O NECESSÁRIO - e-book

A Editora Novitas realizou um concurso: Apenas o necessário. O consurso consistia em participar com cinco frases com no máximo 144 caracteres. Frases postadas no Twitter. O prêmio para os vencedores é a publicação de um e-book (livro digital), como uma Antologia.
Foram selecionados 37 autores.
Enviei 05 frases que postei no miniblog: http://twitter.com/emerich_antenor. e fui um dos 37 escolhidos para este projeto.
Veja a relação completa dos escolhidos: http://editora-novitas.blogspot.com/2010/06/apenas-o-necessario.html





ALGUMAS FRASES POSTADAS NO TWITTER (MINI BLOG)

A anulação do seu “EU PRÓPRIO” é o preço que paga por ignorar a si e viver para ajustar-se aos demais.

Basta deixar um compromisso para trás para que ele se revista de grande importância. #FATO

Não existe instinto civilizado, e, uma vez civilizado, torna-se intuição #EUACHO

#AMOR A paz está em aceitar a vida como é / E entender que todos vivem na / mesma casa / Pela mesma causa: paz e felicidade.

O escravo que não luta por sua liberdade está condenando sua descendência à escravidão. #FATO

#TT Tudo fica registrado, minha loucura despadronizada, e minha cabeça fora de série.

Como ta frio e eu não tenho nada chato nem engraçado pra dizer vou dormir...

@EuHoje como um Ronin a procura de oponente, procuro opositor a altura de um duelo. Gosto do seu tom e do seu enfrentamento...


MAIS NO BLOG: http://twitter.com/emerich_antenor

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Poema Metafísico



De pé na ponta da proa, na procela, era EU que gritava: “OLHA A ONDA!”

*Proa - A frente do navio.
*Procela – Tempestade em alto mar.

Percepção do REAL


PIRA ALICE, PIRA!
Desejava o coelho branco, enquanto esperava que a menina o seguisse até o fosso.
Mas, pensava o coelho, a realidade pode ser demais pra cabeça dela.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Quando não se tem nada, não se perde nada



Estou triste, muito triste.
Mas, triste comigo, por ainda ser tão possessivo...
Posso até dizer que minha tristeza é proveniente da falta de lealdade das pessoas. Mas, até o fato de esperar que o outro seja leal, a princípios que, a princípio, são meus, me deixa muito triste.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Crônica sobre o tempo

“Nem sempre é possível. As vezes é preciso desistir”



Quando falamos em desistir de algo, alguém logo nos anima a prosseguir. Não desista nunca. Siga em frente, dizem. Desistir jamais!
Tanto se fala assim que se tornou correto. Teimosa, a humanidade adora esse paradigma. Ninguém desiste. Ninguém arreda o pé, nem um centímetro.
Assim, segue, esse comboio de corda, a entreter a razão.
Outrossim, faço votos de que as pessoas aprendam a desistir.
Desistir de ser carrancudas, de se apoderar de dinheiro público, de desconfiar dos outros, de não ser confiávél; de pegar tudo o que puder sem pensar em quem esta esperando pra pegar um pouco também.
Poxa! Eu gostaria que o bolo de aniversário de São Paulo demorasse mais tempo para ser consumido. O povo avança e pega o que pode. De bolo, a dinheiro.
Os ricos se agarram aos seus bens, e só lastimam um dia não poderem levar tudo consigo para o outro mundo. Mesmo assim chegam lá contando todas as vantagens que tinham na terra.
Gostaria que os corruptos desistissem de seus intentos malévolos. Que desistissem de tolerar que humanos morram de fome.
É lastimável que o governo tenha que estipular um salário mínimo, para evitar um regime de escravidão.
Por fim, gostaria que a humanidade desistisse de ser injusta, e desistisse de pensar apenas no seu próprio bem estar.
Nem sempre é possível, nem sempre é salutar. As vezes, é preciso desistir.

domingo, 27 de junho de 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Profissão de Fé!

Confesso!



Sou mesmo um escritor e um filosofo Anarquista. Não escrevo para o leitor ou para o consumidor, escrevo para pensadores.

Não escrevo para ser admirado, fazer isso seria romper com a razão pela qual escrevo. Escrever para ser admirado pelo leitor, significa dizer que o escritor está a procura de sucesso e fama, e, por conseguinte, a procura de riqueza. Escrever por dinheiro é prostituir a si e corrompe a obra.

Quando o artista realiza sua arte por dinheiro, para sustentação financeira, corrompe a razão da arte. Passa a escrever para agradar o leitor. Por isso é hilário que o escritor ainda queira direito autoral. É um absurdo somente aceito em cultura primária de percepção embotada.

Um sábio não cometerá qualquer dessas atrocidades.

* * *

Sou um inquieto.



Desde que li Ruy Barbosa, botei a boca no mundo à falar. E, como argumento de motivação, alguém tem que se permitir julgar. Na contra mão da máxima “não julgueis para não serdes julgados”; o ‘criticante’ se conscientiza de que é preciso apontar o que está sendo ignorado. Já consciente de que será muito mais julgado em sua pessoa.

O criticante, entretanto, é uma fase, como, aliás, (em homenagem a professora de Português, Albertina), tudo na vida. Sabe muito criticar, no entanto, passa a considerar desnecessário. Passa, então, a dar pequenos toques, mini conselhos, na indicação de uma forma e/ou maneira de fazer melhor.
Nesse ponto há a possibilidade de nascer o escritor, ou o filosofo, ou o líder, ou o derrotado. Por que ou o Ente assume a responsabilidade de seus atos, palavras e idéias, ou passa a vida a fazer o que os outros mandam.

O materialista se apropria desse pensamento para justificar a luta pelo poder. Mas isso é, em si, uma tolice.

O Ser Desperto não luta, o Ser Desperto, atua.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

uma chifrada


Olé!
Posted by Leandro Fortes under Dia da caça
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No instantâneo, o toureiro espanhol Julio Aparicio leva uma chifrada nas fuças dada pelo touro que ele pretendia torturar até a morte

A tourada é um espetáculo deprimente ancorado em um argumento falacioso, o da tradição histórica, que, no fim das contas, pode ser usado para justificar tudo, inclusive o canibalismo e a pedofilia.

Eu não sei vocês, mas, em questão de tourada, eu sempre torço pelo touro.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O tempo muda as definições...

Fazem um Rock in Rio em Madri, e chamam Ivete Sangalo, Rihanna, Miley Cyrus... Se é que é isto que denominam Rock and Roll agora, estou mesmo ficando muito velho...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Credo Espirito Livre!


De qualquer forma, reservar espaços mentais para o desapego das coisas, das pessoas e das posições, analisando a inevitabilidade da morte, que obriga o indivíduo a tudo deixar, é uma terapia saudável e necessária para um trânsito feliz pelo mundo objetivo.

Reverter o sistema injusto e desgastante, no qual se mede e valoriza o homem pelo que tem, e não pelo que é, em razão do que pode, não do que faz, é o compromisso de todo aquele que é livre.

A desordenada preocupação por adquirir, a qualquer preço, equipamentos, veículos, objetos da propaganda alucinada; a ansiedade para ser bem-visto e acatado no meio social; o tormento para vestir-se de acordo com a moda exigente; a inquietação para estar bem informado sobre os temas sem profundidade de cada momento transtornam o equilíbrio emocional da criatura, arrojando-a aos abismos da perda da identidade, à desestruturação pessoal, à confusão de valores.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O Mestre de si mesmo




ESSE HOMEM NU SOU EU!
Aquele mausoléu é meu!
EPITÁFIO: Aprenda tudo! Depois esqueça.

É verdade! Sou tudo o que dizem que sou.
Mas, não fiz tudo que dizem. Ai é lenda...
Cada um sabe de mim um pouco. De forma que tudo o que fiz tem testemunha. (não há nada que eu tenha feito que não tenha testemunha)
Então, cada um conta um pouco de mim. De acordo com a sua opinião a respeito do que viu.
Uns gostam de mim, e me honram ao relatarem algo. Outros me detestam, e relatam meus atos com adjetivos reprocháveis.
Quem ouve um relato, recebe uma informação, forma uma nova opinião, por levar em conta a personalidade de quem esta contando.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

ÊXITO



- Só existe uma forma de êxito – ser capaz de viver a vida de acordo com a própria consciência.
(Christopher Morley – Escritor Norte-americano)

quarta-feira, 12 de maio de 2010


“A guiza de não apreciarem discussões, encerram questão dando razão ao outro: Certo, é assim como você esta dizendo. E o interlocutor fica sem saber porque a conversa terminou.” (sinto que as pessoas nunca tem tempo de viver o presente porque estão ou relembrando algo do passado, ou planejando algo para o futuro.)

"Há um quase total desinteresse (uma maioria, quero dizer) sobre o que é viver a vida e como podemos fazer para vivermos em paz e sem injustiça."

quarta-feira, 17 de março de 2010

Viver e ver


___Fácil viver, se não ver a dificuldade de viver.

___Qual é a dificuldade de viver?

___É conviver.

___Existe o que você quer viver e o que “os outros” querem viver. Parece fácil viver se você não se incomodar com o que os outros querem viver.

___Mas se você não se importa com o que os outros querem, voce vive da maneira que quer.

___Um dia isso forma um rolo tão grande que atropela o não interessado nos outros.

___Viver é uma partilha, sem essa consciência você está enrolado, pode não ter percebido isso.
__Mas, vai perceber, mais cedo ou mais tarde.

;)

segunda-feira, 1 de março de 2010

Além do Bem e do Mal (trecho)

Fridrieriche nietzsche

41

É preciso dar a si mesmo provas de que se está destinado à independência e ao mando; e isso no tempo oportuno. Não se deve afastar a obrigação de se fazer estas provas, ainda que elas, talvez, sejam o jogo mais perigoso que se possa jogar, e apenas provas, por fim, das quais sejamos as únicas testemunhas, sem a presença de qualquer outro juiz. Não permanecer preso a uma pessoa: ainda que seja a mais amada - toda pessoa é uma prisão e também um recanto. Não permanecer preso a uma pátria: ainda que seja a mais sofredora e mais necessitada - de uma pátria vitoriosa já é menos
difícil desligar seu coração. Não permanecer preso a uma compaixão: ainda que seja com relação a homens superiores, cujo raro martírio e desamparo um acaso nos permitiu vislumbrar. Não permanecer preso a uma ciência: ainda que ele atraia alguém com as descobertas mais preciosas, que parecem reservadas justamente a nós. Não permanecer preso a sua própria libertação, àquela lasciva lonjura e país longínquo do pássaro, que voa sempre mais longe nas alturas para ver sempre mais abaixo de si -
o perigo daquele que voa. Não permanecer preso às nossas próprias virtudes e nos tornar-mos, como um todo, vítimas de alguma particularidade nossa, por exemplo, de nossa “hospitalidade”: o que é o perigo dos perigos para almas superiormente constituídas e ricas, que lidam consigo mesmas dispendiosamente, quase com indiferença, e que levam a virtude da liberalidade tão longe até que chegue a se tornar um vício. É preciso saber preservar-se: a prova mais forte de independência.

ALÉM DO BEM E DO MAL
OU
PRELÚDIO DE UMA
FILOSOFIA DO FUTURO
Tradução e notas de Renato Zwick - Apresentação e
cronologia de Marcelo Backes (2009)

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