quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Indo embora!

EU...SELF ZEN:“ alguns falam desmedidamente, e ante meu silêncio crêem que me conveceram, alguns mentem descaradamente, e ante meu silêncio, crêem que acreditei, alguns provocam-me para a guerra, e acabam sozinhos no campo de batalha, alguns que não se mexem de suas cadeiras pensam que tenho uma vida muito agitada, alguns fazem de minha vida o passatempo preferido para o seu tédio, alguns tentam tornar a minha vida difícil, colocando obstáculos ou gerando intrigas, sei que existem esse alguns, mas não sei quem são, estou olhando pra frente, não tenho tempo para olhar para traz. se alguém pensou que usaria minha vida para salvar a sua, que sou manipulável por que não discuto, que podem me arrastar por que sou gentil, que podem me enganar por que não duvido, são tolos! tentar me enganar é inútil e desnecessário!”

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Piração


Porque eu estou fumando?
Porque eu estou tão ansioso?
Ela pediu um cigarro quando saiu do hospital.
O Batmam riu no final.
Os mais ricos da América Latina.
Porque estou tão ansioso?
Ele quer comer a ovelha.
Elas querem me ver.
A música não faz sentido.
Porque fumei um cigarro?
Mil coisas ao mesmo tempo na minha cabeça.
Ela quer me ver.
Ela disse que tenho medo.
Ela disse que não vai mais me incomodar.
“É toda tua!”
“É toda tua!”
“Pode fazer do jeito que você quiser”
Ele quer comer a ovelha.
O gás acabou.
Porque estou tão ansioso?
Perdido na rodoviária.
Será à hora de partir?
Não sei já está bom.
Tudo é tão infinito!
Eterno é pra sempre.
A vida não tem um objetivo.
Invente o seu.
Com licença, posso morrer agora?
Nunca acaba.
Nunca acaba...
Porque fumei de novo?
É com acento ou sem acento?
Porquê... Porque... Por que... Por quê...

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Lição de Vida?



(Antenor Emerich)

O que é uma lição de vida?
Quem aprende, sempre aprende uma lição de vida.
Uma vez eu aprendi uma lição de vida.
Meu filho completava 09 anos naquele ano, e eu prometi a ele que o ensinaria a nadar.
Mas já tinha aprendido com Nietzsche que a árvore que queira crescer até o céu tem que lançar suas raízes até o inferno. E não ficou nisso.
Naquele verão fui com meus filhos ao rio. Ordenei aos três menores que ficassem à margem do rio, esclarecendo a geral que neste verão Calil aprenderia a nadar. Ninguém da família duvidou disso. Ao garoto só em dente disse que deveria mergulhar e com as mãos pegar o dedão do meu pé esquerdo. A água na altura de minha cintura. Muito clara e fresca, faz de nossos verões lembranças inesquecíveis.
Ele tentou a primeira vez e chegou até o joelho. Mas ao voltar dei vivas de alegria por ter ido tão longe já da primeira vez.
Como prêmio eu peguei ele pelo pé e o impulsionei para cima, fazendo-o saltar além do nível d’água formando um arco com o próprio corpo mergulhando de volta na água.
A gritaria na margem foi geral, é muito importante que o mais velho tenha sucesso. Eu também quero, pai, faz comigo também, pai, de novo pai!. Só em dente voltava do fundo.
Agora só depois que pegar o dedo. Foi questão de tempo.
Ele acabou perguntando por que não o ensinava a nadar. Quer aprender a nadar? Tem que aprender a respirar dentro d’água. A primeira coisa a aprender é ir no fundo e voltar. Quem sabe mergulhar não morre afogado.
Logo eu entrelaçava os dedos, Calil punha o pezinho e eu o impulsionava para cima ele ajuda voando muito alto e caindo como um delfim na água às minhas costas.
Mergulha fundo, o arco formando um círculo enquanto ele cruza entre minha pernas retornando pela frente ficando frente a frente comigo, eu com água pelo pescoço o seguro pela cintura.
Depois ele passou um tempo mais perto da margem treinando para nadar sob a superfície. Quando demorou muito para entender o chamei. O que há, porque não entendeu ainda?
De fato ele esguio, para a idade, havia pouca massa corpórea, afundava fácil. Estica bem o braço e força a bunda pra cima. E não se preocupe, o fácil não é afundar, o difícil é se manter debaixo d’água. Ele sabia o trabalho que passara para mergulhar e manter-se no fundo do rio.
Entendeu, e nadou, e pulou do barranco, e pulou da ponte, e eu pulei, pulamos os dois. Pai e filho, de 10 anos pulando juntos da ponte no fundo do rio e cada um por si, cada um que desse um jeito de chegar a margem. Então entreguei a ele dali em diante a responsabilidade de decidir de onde pular. Ele não morreria mais afogado. Estava aprendida essa etapa.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Para ser feliz

O nível de felicidade é conseqüência do nível de aprovação que temos de nós mesmos.
O quanto nos aprovamos decide nosso bem estar.
Vivemos em uma época sem limites. Tudo pode ser possível. A ciência não vê mais o fim para lado nenhum. Essa tal de liberdade tomou conta das pessoas. Ninguém mais aceita ser manipulado e desrespeitado. Mas, ainda é negociável. Muitas coisas ainda dependem do preço. Mas, por liberdade se faz escolhas.
Essa percepção do não limite está pondo, a muitos, meio que neuróticos. Em especial aqueles que assertam no porque aos outros é permitido e a eles não. Esses se enfurecem. Enquanto vociferam que cada um colhe aquilo que planta. Ao mesmo tempo acreditam que com outros a vida não é justa, pois lhes dão coisas que não merecem. Passam a ser julgadores dos benefícios merecidos e beneficiários. Esse é o princípio da qualidade demoníaca. Decidir quem merece, pois a vida parece ter se enganado com algumas pessoas dando a elas uma vida boa que não merecem. E correm a corrigir o defeito e por de volta as coisas em ordem. Tirar de quem não pertence e dar a quem é de direito.
Então, considerar-se livre é uma afronta aos prisioneiros do próprio ego. Não deixar-se manipular e não prosseguir no acordo após a percepção do erro é uma atitude inadmissível.

domingo, 13 de julho de 2008

Quem somos nós

“Quem somos nós,
viajantes do tempo e do espaço,
frente a eternidade?
Quem somos nós
frágeis e limitados
perante o infinito?

Quem somos nós
frente ao que seríamos
se pudéssemos amar?

Quem pensamos que somos
que negamos amos a
quem amamos
porque nos consideramos
bons demais para amar
quem concluímos que
não merece nosso amor?

Quem somos nós
que dizemos amar tanto
e nos ofendemos por tão pouco?

Quem somos nós
que juramos amor eterno
e nos é tão difícil perdoar?
Quem somos nós
que definimos o amor
e agora corremos atrás de
sua definição?”

sábado, 12 de julho de 2008

Consciente da Eternidade

Para ser consciente de ser eterno tem que haver um certo ritmo. Compreender as disposições em contrário. Dar a possibilidade dos seres serem quem são. De se enganarem, de permanecer no erro.
O ser, consciente de ser eterno, é livre para viver e compreende a mesma liberdade a todos os seres.
Um ser consciente não pode ser dominador, manipulador, embora possa sentir dor em ver seres que lhe são caros tomarem decisões adversas a suas ou traírem sua confiança e anseios. Sabe sempre, que cada ser vive de maneira a atingir sua própria liberdade ainda que por caminhos tortuosos.
Somos livres e eternos. Conscientes disso ou não. Mas o ser consciente não tem mais a intenção de aprisionar ou subjugar qualquer consciência, em qualquer nível de sutileza que seja. E permite que todos recolham o fruto de sua colheita. No entanto auxilia, ciente de que de auxílio, todos necessitamos.

Paz e Luz no eterno infinito!
Antenor Emerich

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Gata Negra




Indignada bateu a porta do carro, tão preto quanto seus cabelos encaracolados em cachos de ébano. Os olhos pretos no rosto mignon, contam histórias, e a pisada forte no chão, enquanto não perde seu estilo sexy de andar, deixam claros: ela está indignada.
Como um vento passou por mim pela porta e foi direto para o escritório, onde tem o computador, um monte de livros e revistas, papéis colados na parede, e um sofá.
Percebeu que super-excitou na chegada, e entre manter a pose e sorrir com seus grandes, grossos e deliciosos lábios, ficou ainda mais linda. “Vim só pra te fazer uma pergunta.” E fez. E respondi, enquanto um arrepio insistente percorria minha espinha, meu sangue fervia, e quando cheguei perto o bastante para sentir seu hálito, ela estava quente, o corpo ardendo, meus olhos ferviam e meu raciocínio ficou prejudicado. Não consegui pensar em mais nada, apenas beijei-a. Minhas mãos passeavam por todo seu corpo.
Quando dois corpos estão em febre, quando as respirações estão ofegantes em sintonia, dois coração estão harmoniosamente em disritmia, então a pele arrepia, dá febre, os corpos exalam odores, e a paixão toma conta. Sua boca me bastava, mas ainda tem o corpo todo, tudo tão excitante e quero ver cada centímetro, enquanto ela suspira e tenta me segurar pelos cabelos. Inútil, como uma fera marco todo território, cheirando e beijando. Seu corpo tão moreno, seus lábios inchados e tão úmidos. Uma explosão de luz e sons, gemidos e contorções numa seqüência fora de ordem, uma cadência sem ritmo, dois longos gemidos finais.
Depois alegria e desafogo. A paixão venceu e nosso prêmio foi o prazer. Por alguns minutos a pantera fica dócil, me olha com olhos de ternura, alisa meus cabelos e beija meus lábios suavemente, quase sorri. Logo ela lembra que não pode parar. Levanta, toma banho e vai, com o cabelo esvoaçando, deixando pra trás o quarto desarrumado, edredons e cobertores espalhados, o lençol amontoado e os travesseiros no lugar errado, um perfume de fêmea com essência de natureza. Uma mulher alforriada, insubmissa, livre, que volta sempre somente quando quer.
Apanho uma maçã e penso que por alguma razão a natureza gosta de mim.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Integral


Por todas as eras andei errante para entender
Fui assim, por mim, mais que de mim esperaram
Menos do que me avisaram.

Ultrapassei todos os limites e nunca segui a caravana por muito tempo.
Troquei o cetim dos palácios por pedras frias em cavernas
Lindas mulheres em camas quentes e vinho bom
Pelo sereno frio e o vinho seco das tabernas imundas.

Ignorei as salas suntuosas dos graduados
Para morrer estripado no campo junto aos moribundos
Para entender a vida tem que sentir a dor.
O gosto do sangue do outro, o gosto da terra.
Sentir seu próprio sangue escorrendo
Sua vida esvaindo, sua cabeça longe do seu corpo pela primeira e última vez.
O gosto da pólvora na garganta
O aço frio penetrando suas entranhas.
O ardente desejo do sexo te fazendo mirar o horizonte na proa alem do furor da procela
Desejando chegar vivo à margem para sentir o gosto de uma mulher em sua boca.

Morrer afogado no mar sem qualquer esperança de ser salvo
Neste momento você descobre que milagres não existem.
Que, se Deus olha, nada faz.

Se você não foi queimado na fogueira, não foi feito em pedaços aos chutes e ponta de faca, você não sabe mesmo o que foi a sua vida.
Se o que você quer em sua vida é muita paz e doçuras, você não sabe viver.
Se temer a dor, se teme a fome, se teme o frio, ainda não viveu. Não entendeu o que é viver.
Você entende o valor de viver depois de passar séculos se culpando por erros em infernos complicados demais para pedir que você imagine.

Lutar até a morte pelo que você acredita e depois descobrir que lutou a vida toda por nada, por mentiras, por mentirosos, trás à sua boca o terrível gosto da decepção.

Das cavernas sai andando pelo mundo, olhando as estrelas e nunca mais parei, e já, tantas voltas pelo mundo dei, que as contas perdi, conheço cada canto deste planeta.
E nestas voltas que no mundo dei eu me montei. Construí-me, me fiz, me inventei.

Ainda há pouco pensava ser muitos; hoje sei que sou um, mas muito grande. Já não tenho medo. Não preciso de ser o melhor.
Me fiz de tudo o que fiz.
Sou feito:
Da curiosidade inocente do homem primitivo
Da reflexão forçada do marinheiro solitário na imensidão do oceano
Do medo constante do fugitivo em florestas traiçoeiras e mortais
Da coragem alucinada de pular um precipício
De morrer para salvar outra vida
Da meditação cuidadosa do filósofo
Da fé raciocinada do Monge
Do sentimento frio do pirata
Da sensibilidade do poeta na lua cheia
Da alegria do cigano ao redor da fogueira
Da determinação férrea do guerreiro em missão de defender a pátria
Do ódio de ver o ser amado ser morto e não poder fazer nada para impedir
Da dor sem fundo da saudade e a impossibilidade de voltar
Da humilhação do mendigo implorando um pedaço de pão
De chorar de saudade, medo e raiva
De morrer calado por orgulho
De matar por ódio.
De perder tudo por amor.
São tantas vidas para construir um ser, que parece não caber tudo em um espírito somente.
Mas venci. Cresci. Amadureci. Integrei-me. Ninguém pode dizer quem sou ou o que devo vir a ser. Sei o que tenho sido e sei o que me tornei...
UM SER INTEGRAL!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

40 anos de crise

Fui educado neste mundo. Sempre acreditei em tudo que me disseram. Começou com minha mãe, depois parentes próximos, vizinhos, os mais velhos em geral e a escola com seus professores que nada tem a professar.
Mas queria saber mais e mergulhei no mundo das letras, os livros, as revistas e a escrita.
Por conta de acreditar em tudo quanto me diziam, muito errei. No princípio pela fé, depois pelo orgulho, enfim pelo vício e, no fundo do buraco, por não ter escolha.
Desatar-me da tradição social e do convívio dos que ainda seguem o “modus vivend” operante é difícil. Mas insisto em viver meu próprio modo de vida, os amigos e amores foram ficando para trás, juntamente com todos os que vivem de forma descompromissada, fazem qualquer coisa, topam qualquer parada: “Não dá nada!”, dizem.
Não estou aqui me opondo contra alguém ou contra qualquer modo de vida, cada um deve viver a sua vida da maneira que mais lhe aprouver. A questão é que a princípio eu acreditei que era assim mesmo que se devia viver a vida: de qualquer maneira, atendendo apenas aos próprios interesses. Mas, isto gera várias vidas secretas entrelaçadas numa rede de mentiras e mentirosos que não suportei.
Apesar de não condenar ninguém, resolvi mudar de vida. Mentir nunca mais. E a partir daquele momento os sentimentos e necessidades dos outros passou a me interessar. Passei a perceber tristeza e vazio nas pessoas; desesperança, medo, fuga. Tantos que não sabem o que fazer de suas vidas, um desespero que leva às raias da loucura e do suicídio espetacular.
Senti uma grande compaixão. De mim e de todos nós. Vivemos enganados. Meu espírito nunca tinha paz. Nunca conseguia atender as exigências do mercado, nunca era bom o bastante e sempre havia alguém atrás me ameaçando os passos. Queria trabalhar para ser útil a humanidade, mas as empresas trabalham apenas para o lucro; tudo é bonito e anatômico para vender mais. Não há qualquer preocupação com o bem estar social, com o desenvolvimento humano.
Há muitos seres humanos hoje preocupados com o desenvolvimento da humanidade, é em busca destes que escrevo estas linhas.
Resolvi mudar minha vida, ser bom, desenvolver virtudes, bons hábitos, bons costumes, ser fiel, verdadeiro e monogâmico. Meu passado me condena, eu sei. Mas era um homem que acreditava no que a sociedade ensinou, hoje não acredito mais. Voltei-me para a espiritualidade e pretendo ser um homem religioso. Sei que é difícil romper com os velhos hábitos sociais, abandonar os vícios que desenvolvemos enquanto enganados, fugir do circuito integrado do sexo e da moda, mas sou forte e meu espírito de decisão aprendeu a suportar os revezes mantendo o amor e a compaixão.
Já não condeno ou absolvo mais ninguém, já não espero que me sejam fiéis e leais, já não tenho um ego articulado, vigilante e matreiro, esse Lúcifer que a sociedade de consumo pôs dentro de mim, e que por algum tempo aceitei como norma para viver entre os homens. Já não me importa morrer sozinho em uma calçada. Não mais entregarei meu coração e minha alma em troca das tolices que a sociedade gerou como indispensáveis.
Há quarenta anos estou de volta a este planeta. Repeti todos os erros de outras vidas. Mas agora chega! Sou um homem novo. Meu passado morreu pra mim!
Não escrevo para ser famoso ou ter sucesso, mas para dividir minha experiência com quantos já pressentem a nova aurora da humanidade, para gritar, a quantos seres humanos que cansaram de viver vidas de mentira, que eu também cansei e me declaro, a partir de hoje, um espírito livre das incongruências sócias e pago o preço que for preciso, mas repetir erros, nunca mais!

Antenor Emerich – terça-feira, 22 de abril de 2008