segunda-feira, 26 de julho de 2010

A cultura da Palmada

Crônicas sobre o tempo

Dar palmada, ou não dar palmada.
Não dar palmada, é claro; e, me recuso a usar esse substantivo no plural.

Em primeiro lugar, agressão não é solução. E, quando um humano parte para a agressão, entra em cena o sub humano, por sua condição irracional. A agressão atesta a total falta de argumentação. Isto é lamentável, por que poderia, ainda, ter, como último argumento, tendo esgotados todos os demais, que, agredir também não resolve.

Para justificar que esta é uma crônica sobre o tempo, ressalto que nossa história gerou nossa educação e cultura, temos na violência e na guerra nosso meio de viver. Seja para atacar, ou para defender. Os antigos tempos difíceis, em que a humanidade era atacada por insetos, fome, frio, fome, seca, fome, feras e fome justificava a selvageria e a barbárie; atacar e matar eram apenas um meio de sobrevivência.

Não foi o código de Hamurabi que atestou o olho por olho, foi o consenso do dente por dente que legalizou o ato.

O orgulho foi se construindo com a história, e contribuiu para piorar em tudo, mas também diminuiu a violência, uma vez que atacar de fato já é uma derrota.

Considera-se que o verdadeiro guerreiro não precisa mais mostrar sua força. O respeito do Homem era adquirido pela força bruta. Se é que há outro tipo de força para a violência.

Vivemos a cultura da guerra. Gostamos de lutar pela vida, de passar trabalho, de adquirir com esforço. A educação atual ainda prima por educar para a rigidez emocional, para não ser maleável. São educados a não dividir o lanche e a “não ser bobo e não deixar os outros pegarem tudo”.

Cada um tem medo de sua própria miséria e pouca ou nenhuma consideração pela miséria alheia, não importa quão próxima esteja.

Em segundo lugar, quem bate ensina a bater, quem grita ensina a gritar e quem respeita ensina a respeitar.

Não são as leis que educam. São as ações. Para materialistas ou espiritualistas, pragmáticos ou místicos, o comportamento do ser é produto do meio. Exigir educação do próximo aos berros ou a tapa, é um contra censo irracional.

A questão é a educação. Preocupa-me que, mal educados educam mal, onde essa roda vai quebrar? Quem vai começar a viver uma nova sociedade? Quem vai servir de exemplo?

E, por favor, ser racional é saber o que fazer sem violência e sem destruir. Não há necessidade de perguntar qual é a lei.

A lei é o respeito.

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