terça-feira, 10 de novembro de 2009

Quando era poeta acreditei que a poesia poderia melhorar a humanidade.

Quando era poeta acreditei que a poesia poderia melhorar a humanidade.
Em certo que eu mudei, e ao mudar acreditei na poesia.
Mas crer que um verso possa sensibilizar o bruto é tentar rachar uma montanha a cabeçadas. Uma tolice.

A poesia é o resíduo do sonhador.
Sonhador é aquele que imagina um outro mundo, uma outra forma de viver.
Um sonhador é um extraterrestre neste planeta. Aqui tudo vale o quanto pesa e paga o peso em ouro.
O ser humano, como ser vivo, e pretenso ciente, não deveria dormir em paz enquanto alguém ainda esta nas ruas.
Não poderia conseguir comer enquanto alguém ainda morre de fome.
Não poderia descansar em paz enquanto alguém ainda morre de dor.
Hipocrisia. O bruto é hipócrita. E esta (ser bruto) é a única razão para que os conscientes não os condenem a morte.
Há séculos, milênios, esses hipócritas, políticos e religiosos, vem prometendo curar a humanidade assim que assumirem os seus poderes, e por todas estas eras os pobres morrem de fome, dor e frio. E os brutos, dormem macio, protegidos com cerca elétrica e leões nas chácaras. Brutos que são, não ouvem os gemidos dos aflitos. Não se importam com a fome.
Morrer calado e torturado é uma condição para ser santo. E se os pobres não crerem mais em Deus? E se o inferno não for pior que esta droga de vida neste planetinha imundo?

Um comentário:

Sanessa disse...

Adorei esse texto!

Peguei pra mim, rs...

Como vc diz: "Não pare, dispare!"

Te adoro querido!