Aprender a morrer desejei um dia
Agora minha vida está a morrer antes de mim
A seguir assim
Depois de tudo acabado
Restará meu fim.
Foi um dia, estava estranho, o sol estava estranho, o ar estava estranho, eu estava estranho.
Eu tinha sonhos, mil sonhos, e uma incrível certeza de que iria realizá-los. Eu podia. Eu tinha a força, a garra, a gana, a certeza. Eu construiria um império e uma lenda. Poder e fama. Eu teria tudo, e todos me amariam.
Que dia estranho!
Nada mais estúpido que tentar ser poeta para vir a ser
famoso.Poesia não é uma salada extravagante de figuras de linguagem. Caso
alguém queira definir a poesia, deve antes ler Platão e Antônio Nogueira. A
obra toda. Mas um corno bêbado berrando ofensas para uma puta, pode até ser
teatral, cômico ou trágico, mas nada tem de poesia. E, se um bêbado lembrou
“Carlitos”, era o poeta que estava bêbado. Porque posso concordar que há poesia
em Carlitos, mas não em um bêbado, ou em um corno de olhos vermelhos de raiva.